Livro Dourado

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009 - Postado por Luiza Drumond às 14:51

Fiquei só no trem, só não, junto a um homem.

Cara pálida, olhos arregalados e azuis. Usava uma aliança dourada, grossa e larga.

Eu cara pálida também, cansada e incomodada com a voz grossa e grave que gritava nos meus fones de ouvidos.

Ele me comia com aqueles olhos grandes de uma forma cautelosa ou desrespeitosa, queria saber o que pensava. Contorcia-me de todas as formas possíveis, para parecer menos incomodado. Acho que ficou evidente demais, só conseguia olhar para frente, era meu ponto fixo.
Escrevia várias perguntas em minha cabeça, uma delas me aguçou atenção:
“Que diabos esse homem olha tanto pra mim?”

Só queria saber o que era, tem algo de errado comigo?


Outra vez a voz me incomodava desta vez, era um som popular insuportável, daquele que encantava a garotada. Logo mudei, pra uma música calma, com letra concisa.
Logo me fez sorrir disfarçadamente, era tão baixinha que o som dos trilhos quase que apagava a letra e melodia.

O tal homem continuava a me olhar, resolvi olhar também, por debaixo do óculos. Senti-me um tanto confortável, mas curiosa.

Meu ponto fixo ainda estava lá, a paisagem horrorosa. Cheia de folhas secas e vagões enferrujados.
Viajei um tanto na paisagem, começou a se formar uma forma interessante e incomodante me minha mente, era o homem, desta vez ele me olhava carinhosamente, fiquei feliz.

Faltavam alguns metros para meu destino... A Livraria Dourada.

Voltei ao meu ponto fixo, comecei a escrever histórias em minha mente, mais o olhar do homem me roubava toda a minha atenção, logo esquecia a história.

Ele também carregava uma maleta preta, quadrada e tinha uns 15 cm de comprimento.
O que carregava lá?


Um e dois estações, cheguei ao meu destino.


Ele me olhou mais uma vez e sumiu rapidamente, procurei-o por todo trem. Sumiu muito rápido, feito balão quando estoura.

Sai do trem e entrei na livraria e fui à procura de um livro interessante.

...
Procurei, procurei e procurei, não achei...

Uma porta se abriu em meio da multidão, vi uma placa escrita:

Vendem-se livros valiosos, 30,00 moedas.

Vasculhei por toda estante, e achei um livro dourado, que tinha como título:

“A Aliança, dourada.”

O título e a capa me aguçaram curiosidade, quis saber do que se tratava a história...

Capa: Um homem de rosto pálido, olhos arregalados. Usava uma aliança dourada, grossa e larga.

Escritor: Peter Vaughn

Comprei-o desesperadamente, comecei a ler logo na fila do caixa e me encantei desde então, um trecho guardei pra mim:

“Ela nem sabe que esta aliança é para ela, e mente para si própria fazendo perguntas, que no qual já sabe a resposta e inventa outra.

Fiquei sem palavras na hora, como podia um livro conta meu próprio dia, que nem sequer acabou?

Continuei lendo e ouvi uma doce voz em meu ouvido:

- Olá, com licença, como se chama, doce jovem?
Ainda sem entender, respondi:
- Clarissa
- Prazer sou Peter Vaughn

Festas de fim de ano é o mesmo que hipocrisia ?

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009 - Postado por Raphael às 19:09
Cara, eu JURO que não sou uma pessoa revoltada com a vida, nem nada. Mas chega essa época de fim de ano e eu fico tão puto com as coisas que eu vejo! Porque todo mundo resolve colocar a máscara de bom moço e finge ser uma pessoa que se preocupa com todos ? Hipocrisia é feio tá gente ?
No meu último instante de inspiração repentina, escrevi um poema sobre isso, espero que gostem :D e por favor, não achem que sou revoltado com minha vida, pelo contrário, eu a amo =)


FESTA!

Melhor seria se as pessoas fossem felizes o ano inteiro
Esquecerem das diferenças
Enxergarem no outro um irmão
Melhor seria se todos pensassem como um todo primeiro

Fim de ano ta chegando, hora de se preparar pras festas
Doces, salgados, bebidas
Vamos! Aproveitem ‘la ciesta’
Fim de ano ta chegando
Vamos todos fingir ser amigos
Vamos doar cobertores velhos
Vamos visitar os abrigos
E nos vangloriar por sermos aparentemente corretos

Melhor seria se as pessoas fossem felizes o ano inteiro
Esquecerem das diferenças
Enxergarem no outro um irmão
Melhor seria se todos pensassem como um todo primeiro

Raphael

Indescritível

Postado por Luiza Drumond às 12:08

Ontem tive a certeza da minha felicidade, ver a oração ser narrada por Kátia.
Ver rostos sorrindo e lágrimas de felicidade escorrendo.
Senti um alívio em meu peito às 00h00min.
Acho que pude sentir a presença do menino Jesus em mim, ou até mesmo da minha avó.
Foi uma felicidade tão grande que me fez transbordar lágrimas, uma sensação indescritível.
Também senti uma vontade enorme de escrever meus sentimentos, mais era impossível, sempre foi e sempre será indescritível.

Apresentação ? Talvez .

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009 - Postado por Raphael às 20:44
Oioi :D Sou Raphael, novo 'sócio' da Lu e a partir de hoje vou contribuir com ela, pra fazer dissaquê mais foda ainda(ou não).
Já estou apresentado? Bem, nunca achei que conhecia alguém apenas por saber seu nome, então vo falar mais um pouquinho.
Quando eu e a Lu nos conhecemos, ela me fez a seguinte indagação: 'Mas então Raphael, me fale sobre você.' (?) E agora, o que fazer? Falar de mim não é exatamente uma missão muito fácil. Porém alguns dias antes eu tinha escrito um texto, com o objetivo de tentar me entender um pouco mais, vo postar ele aqui só pra tentar ajudar vocês a entender um pouco mais essa pessoa que vos fala. Não é tão legal quanto as coisas que a Luiza posta, mas juro que me esforço, hahaha! Beijos povão, e espero que o texto seja de alguma utilidade ^^

Raphael

Faces

Bem, sempre achei que houvesse dentro de mim 3 diferentes faces de mim mesmo.

Um deus, um louco, e um sábio.

Talvez essas três faces sejam apenas pseudônimos que uso para me afastar de minhas responsabilidades. Quando me controlo, sou o deus. Quando me precipito, sou o louco. Quando escolho entre me controlar ou me precipitar, sou o sábio.

Olhando assim, até que faz sentido né? Olhando de fora, sou apenas mais um ser humano em 6 bilhões que procuram formas de se eximir de responsabilidades e de colocar a culpa no otário que está mais próximo.

A grande diferença é que a maioria acha mais fácil colocar essa culpa em alguém alheio, e que não tem nada a ver com a história toda. Nunca concordei com isso, talvez daí tenha surgido a idéia das três faces de mim mesmo. Talvez! Eu também nem sei de onde veio essa história maluca!

Na verdade, na verdade MESMO, essas três faces são apenas os otários que estão mais próximos de mim e por isso sempre levam a culpa.

Alguns devem estar se perguntando se eu acho isso certo. Sim eu acho. Afinal, mesmo que foram criados para fazerem com que eu me sinta bem, ainda que tenha feito a maior cagada que se poderia imaginar, elas não me tiram a culpa, tiram? Eles são ou não são eu? Claro que são! São pedaços, fragmentos, emoções minhas. São tudo o que penso(e o que não penso), são tudo o que faço, são tudo o que vivo. Logo, para o mundo exterior ao que vivo, a culpa ainda é minha. A diferença só será sentida no meu mundo, no meu universo, na minha consciência, porque neles quem manda sou eu e não há nada ou ninguém que possa me julgar a ponto de me fazer sentir culpado.

Porque culpado, é o otário que está do lado.


Why don't we go somewhere only we know?

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009 - Postado por Luiza Drumond às 11:20
She: Because I don't wanna go.
Did you don't see? I don't like you.
I just want your friendship, understand?
I don't wanna be rude with you. But understand, i want your friendship, only.

You are so romantic with me, please, stop!

He: I like you, don't matter?
Why? I just want your love. I love your voice, your face...!
Please, understand. I want you with me.


Another person: Please, call again later, it went dead ...
A good day.

Clarissa

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009 - Postado por Luiza Drumond às 17:15

O sorriso de Clarissa se alarga. O da menina do fundo do espelho também. Passa a mão pelo rosto. Bonita? Sim, já lhe disseram. Não diretamente, mas ela ouviu. Percebeu. Adivinhou; Foi na rua. Num domingo. Ia para a igreja, contente, cantarolando baixinho, com vontade de pular. Levava um vestido branco de florinhas amarelas e azuis. Em uma esquina estavam dois rapazes. Quando ela passou, cochicharam, arregalaram os olhos e examinaram-na de cima a baixo. Santo Deus; que sensação esquisita! Nem agradável nem desagradável.
Es-qui-si-ta!

Erico Veríssimo.
Clarissa. Rio de Janeiro; Globo, 2001

Velocidade dos ventos

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009 - Postado por Luiza Drumond às 09:41
(Foto retirado do site Meus Delírios Malu Monte)



Canção do vento e da minha vida


O vento varria as folhas,
O vento varria os frutos,
O vento varria as flores...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De frutos, de flores, de folhas.

[...]
O vento varria os sonhos
E varria as amizades...
O vento varria as mulheres...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De afetos e de mulheres.

O vento varria os meses
E varria os teus sorrisos...
O vento varria tudo!
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De tudo.

(BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1967.)



Velocidade dos ventos


E se os ventos parassem de ventar?
Se as folhas parassem de cair?
E os frutos de se reproduzir?
Se as flores fossem arrancadas?

Será que minha vida ficaria mais
Cheia ou vazia?
E as amizades iriam se varias
Com a velocidade dos ventos?
Mais rápido teria mais emoção
E felicidade?
Mais lento teria mais brigas
E tristezas?

É. Prefiro ficar assim, quieta.
Deixe o vento responder.

(L.D.)

Pequenutes

sábado, 5 de dezembro de 2009 - Postado por Luiza Drumond às 20:05
É pequenina aquela doce menina,
Sonha em ser bailarina, mas o tempo lhe toma todo o tempo.
Nem sempre expressa àquilo que sente,
Quase nunca teve alguém que a ajudasse a se cuidar.
Mas o destino foi seguindo o seu rumo,
E me trouxe até aqui.
Para cuidar de ti, pequenina,
Para te fazer sorrir.
Agora me prometa uma coisa,
Diga que nunca me abandonará,
Sem o seu amor eu sou nada,
Fico solta pelas ruas, em plena madrugada.
Você, pequenina,
É a irmã que eu não tive,
Mas daqui por diante vou ter,
Ajudando e cuidando a cada dia,
Como poderei te esquecer?
Seja noite, seja dia,
Você será minha estrela guia.
Meu orgulho, minha Ute,
Entenda que estou aqui para eternas primaveras,
Sem pressa para chegar ou ir.
Me faça sorrir.

(Sté;)

Diálogo entre dois.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009 - Postado por Luiza Drumond às 10:13
Ela: Está ouvindo?
Ele: Sim, é bom ou ruim?
Ela: Os dois. Guardo lembrança esse cheiro.
Ele: Diga-me. Quais e por quê?
Ela: Lembra-me o puro e doce cheiro das flores...
Ele: Quê flores?
Ela: As flores... Não me faça...
Ele: Diga-me, por favor, prometo não tocar mais neste assunto. Além do mais, foi você quem começou.
Ela: Não seja tão insensível!
Ele: Sabe que nunca fui sensível.
Ela: Pois deveria ser, me magoa assim.
Ele: Desculpe-me. Tento tirar sua magoa e dor, mais você nunca abre espaço pra isso!
Ela: Eu sei. Abri-me uma vez...
Ele: Pra quem?
Ela: Um velho amado.
Ele: Ele ainda existe?
Ela: Não.
Ele: Faleceu?
Ela: Também não.
Ele: Cadê ele então?
Ela: Foi embora, larguei a mão.
Ele: Por quê?
Ela: Como todo amor vai. O pra sempre, sempre acaba.
Ele: Não tem motivos concretos?
Ela: Não.
Ele: Largou assim?
Ela: É. Larguei a mão, apenas.
Ele: Sei que tem algum, diga-me!
Ela: Só falo pra amigos.
Ele: Eu sou. E as flores... Tem a ver com isso?
Ela: É apenas um curioso. E não tem! Quantas perguntas, poxa!
Ele: Curioso? Quero te conhecer mais, te ler, te deixar bem. Abraça espaço!...
Ela: Dê-me um motivo.
Ele: Eu te amo.
Ela: Ama nada, se amasse não fazia essas perguntas que doem tanto aqui dentro.
Ele: Desculpe-me. É verdadeiro.
Sente o mesmo?
Ela: Quase.
Ele: Por quê? Não te faço feliz?
Ela: Eu te adoro.
Ele: Não é suficiente.
Ela: É um bom começo.
Ele: Sim... Mais...
Ela: Mais o quê?
Ele: Conhecemo-nos há tanto tempo!
Ela: Sim, mais a sua curiosidade... Magoa
Ele: Eu já lhe pedi desculpas e também já lhe disse o motivo dessa curiosidade.
Ela: É a pior maneira de tentar ler-me.
Ele: Como então?
Ela: Não pergunte, deixe o tempo contar.
Ele: É a minha curiosidade.
Ela: Shh! Tudo bem.
Ele: O quê?
Ela: Vou lhe contar, sobre as flores.
Ele: E o amado que você largou a mão?
Ela: Com o tempo, com o tempo.
Ele: Tudo bem. Comece meu anjo.
Ela: Essas flores, esse cheiro. São do dia do velório da minha queria avó.
Ele: Por que o guarda?
Ela: Ela é importante para mim, como as flores. Amarelas e brancas.
Ele: E por que é ruim e boa?
Ela: Ruim por que eram as flores da minha despedida com ela e boa por que é a única lembrança que tenho dela, quando realmente ela parecia está satisfeita.
Você não iria entender, sei que nunca sofreu uma perda assim.
Ele: Entendo-lhe... Não fique assim com os olhos caídos, tristes. Sabe que nunca quis te deixar assim. Mais fico feliz de ver que você tinha uma pessoa dessas por perto. E também feliz, por ver você se abrir para mim, obrigado.
Ela: Tudo bem, não se lamente tanto assim... Estava sendo egoísta não me abrindo, como você disse lhe conheço há muito tempo.
Ele: Obrigado mais uma vez, agora reconheço porque largou a mão do seu velho amado. Prometo não fazer o mesmo.
Ela: Diga-me o porquê então.
Ele: Com o tempo, com o tempo.
Ela: Ei, você abriu uma luz.
Ele: Quê luz?
Ela: Shh fique quieto, deixe-me olhar nos seus olhos pretos.

__

Ela era apenas insegura e ele apenas queria um lugar dentro dela.

As mesquinharias de Clarice

segunda-feira, 23 de novembro de 2009 - Postado por Luiza Drumond às 09:52

Clarice era maldita, escolhia as palavras como troca de roupa.
Vivia perambulando no meio das folhas de Outono.
Há semanas ela prometia que iria começar a embrulhar os presentes, ela queria alguém velho pra ajudar, alguém que tenha experiência, quem sabe assim ele não poderia a ensinar.
Ela respirava fundo e não sabia dar o laço. Então veio vindo um moço, devagarzinho, sem querer atrapalhar, tomando cuidado aonde pisava.
Era José, o menino que embala presentes, tinha mais o menos uns 15 anos.
Era alto, magro e bonito. Vestia uma meia branca até os joelhos e tinha os olhos esperançosos. Brilhantes, um par de jabuticabas pretas.
Ficou lá observando a dificuldade da menina pra dar um laço, deu riso meio torto que fez o coração pular... Sem perceber deixou cair uma caixa avermelhada que tinha uns embrulhos e laços. Apanhou depressa, mais não o suficiente para que a menina não percebesse a bagunça.
Logo, logo ela se levantou e andou depressa até o embalador. Perguntou o que ele estaria fazendo por lá, o menino não deu a mínima pra Clarice, não queria compra um briga...
Ela era um pouco ranzinha, minada e cruel. Vivia rindo da dor dos outros, sem ninguém saber que ela tinha um segredo, confidencial e nem eu sei qual é.
Ela guardava uma magoa e quando tocávamos nesse assunto logo logo se desfazia dele.
Era curioso, aguçava certa aflição em José de ver a menina daquele modo, logo ele que cresceu com ela e não sabia do tal segredo.
As folhas de Outono não paravam quietas, como se fosse um tormento na mente de Sté,
era irmã de Clarice...Uma menina doce, tinha medo da vida, tinha desistido de amar, queria sumir.
Foi a partir daí que José começou a perceber que talvez o segredo da minada menina Clarice fosse sobre sua irmã.
A menina tinha sofrido uma perda quando criança, uma perda imperdoável e insubstituível... De uma amiga, as duas eram feito unha e carne, uma só. Viviam rindo, brincando e fazendo uma debocha saudável dos outros. Alice era o nome dela, alta com cabelos pretos, feito carvão...

Sem saber por que, não tinha data marcada Alice foi embora, na madrugada de sábado de 1982, não deixou carta, só um bilhete que dizia:

Fui por você ter me marcado com uma magoa em meu peito.
Cuide-se,
Alice.


Era manhã de sábado, Clarice acordou toda animada, pois era festa da vila... Foi acordar sua querida amiga. Não a encontrou, leu o bilhete e desabou, sentiu um aperto no peito inexplicável. Não sabia o que fazer se corria ou fica por lá. Decidiu correr, passou por José e Sté.
Eles sem saber o porquê de tanta correria continuaram andando. Sté pensou, talvez seja felicidade demais por causa da festa. O embalador e sua irmã não perceberam a mágoa escorrer nos olhos de Clarice.
A menina foi parar no final da cidade, onde passou um bom tempo na esperança de sua amiga voltar.
Anoiteceu e data a largada da festa. Balões, palhaços e barraquinhas estavam por lá...

Sté estava grudada em José ainda, não deram falta da menina minada, tinham que cuidar da festa, a noite estava adorável!

Horas e horas, dias e dias se passaram, que por fim Sté deu falta de sua irmã. Foi atrás, tentando seguir o menos caminho que ela percorreu.
José morava pelas aquelas bandas, Clarice se escondeu bem quietinha para que ele não a visse.
A menina que tinha medo da vida encontro José e conversou...
Sté disse a José que estaria indo embora da cidade, não agüentava mais a molecagens de Clarice e infelicidade dela quando sua irmã estava feliz.
Disse também que tinha medo do amor e mais medo ainda dos olhos cegos dele.
Pediu para o menino robusto tomar conta de Clarice e ajudasse ela no que fosse preciso.
Clarice imediatamente saiu aos berros, jogou na cara de Sté o que Alice fez a ela, disse também que estava muito triste com a decisão dela...
A menina pensou: - Se você é minha irmã tem o dever de aturar tudo que venha de mim, seja lá boa ou ruim...

Sté ficou sem reação e com um grande peso na consciência, decidiu ficar, suportar os olhos cegos de José e as mesquinharias de Clarice.


Clarice disse a ela mesma:

-Desculpe-me se fui mesquinha, só não quero mais um buraco mais profundo ainda dentro de mim. Foi à forma que encontrei de não te perder.

The Christmas Presents

domingo, 22 de novembro de 2009 - Postado por Luiza Drumond às 17:59
This story of two young people who were very much in love…

The Christmas Presents

December 24 th

It was a day before Christmas and I needed a present for my baby.
I didn’t have money, but t wanted to buy to him something really cool, that could show how much I loved him.
I had only one dollar and eighty-seven cents to buy him a present, of course it wasn’t enough, but sufficient to show mu love. I wanted something simple and significative.

I’m starting today a diary, but I didn’t introduce myself…

I’m Della, I live in New York in poor little room with my husband, Jim…

Tomorrow I going shopping, I want to go to “Madame Eloise-Hair” and show a present of Christmas for my baby.

Well, I have to go to bed now… Tomorrow I come back.

Good Night.



Esse é o começo de um diário de um dia do livro New Yorkers- Short Stories.

Falta que a falta faz

sábado, 21 de novembro de 2009 - Postado por Luiza Drumond às 10:58

Hei de achar o que me inspira.
Talvez seja apenas uma fase ruim, onde não há nada a se dizer.
Calada no meu silêncio e cega diante do papel e caneta.
Conto um, dois e três… Respiro profundamente e nada saí.
Desisto e saio andando com as mãos abanando.
Isso me magoa e me faz um falta explícita.
Eu não sei o quero…
Aceitar ou não?
Amar ou não?
Triste ou feliz?
Conto ou poesia?
Teatro ou filme?
Viver ou não?

Fecho-me a partir de agora.

Ore por mim

Postado por Luiza Drumond às 09:33

Príncipe da filosofia, homem prazeroso cale-me com o doce som do seu piano, tirai-me essa dor que me sufoca e me mata. Ore por mim, proteja-me, é meu anjo da guarda agora. Tem essa missão e deve cumpri-la. Veja, prometo amar-te e respeitar-te... Agora me prometa que nunca, nunca mesmo, mesmo que eu tenha que dar meu último passo até você que não me deixará.

Atendei-me e confortai-me...

“Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o vosso nome.
Venha a nós o vosso Reino.
Seja feita a vossa vontade, assim na Terra como no Céu...”

Amém.

Dor dos outros

segunda-feira, 2 de novembro de 2009 - Postado por Luiza Drumond às 10:28

Minhas palavras estão escondidas no silêncio do seu tormento.
Dêem-me elas para escrevê-las e aliviar seu tormento.
Estampe um sorriso largo nesse seu rosto delicado.
Sinta a luz do sol tocar na sua alma, desenhe no seu caderno o seu velho.
Sinta o cheiro das flores e arranque uma pétala, a guarde e dê para alguém que sofra do mesmo que você sofre.
Depois pegue ela de novo, rasgue e jogue fora esse sofrimento que eu sei que é seu tormento.
Alivie a dor de sua amada, dê seu anel para ela e pegue de volta as suas palavras.

Montando um novo mundo

domingo, 1 de novembro de 2009 - Postado por Luiza Drumond às 13:45
Hoje acordou tudo diferente;
O sol dependurado na cabeça do galo.
O galo cantou o hino nacional ao ver o sol nascer.
O céu era rosa, trazia uma mensagem:
Hoje é o começo do mundo! Vamos! Vamos!
Ajude-nos a colocar o sol no lugar, mais antes pintem o céu de azul... As nuvens as Marias estão fazendo, esperem, só mais um pouco.
Senhora galinha ensine o seu marido a cantar cocoricó!
Não precisamos de muitas pessoas, quero só Adão e Eva. Onde estão eles?!

Está tudo diferente, mas está tudo com paz, olhe o sol como ri torto para mim, um doce!
Olhem! Olhem! O galo que afinação, logo logo estará cantando no palácio...
Olha as nuvens, vejo um rosto de uma pessoa idosa nelas, que perfeição!
E Adão e Eva, que graciosos juntos, deveríamos tirar uma fotografia deles juntos! Ah, esqueci-me, nessa época ainda não tem maquinas, mas sabe eu até gosto do mundo desse jeito “humano”, o antigo que acabou há um século, estava cheio demais.

Obrigada a todos, voltaremos amanhã para fazermos tudo novamente, não se esqueçam que o sol tem um caso com o galo e que devemos colocar ele todos os dias no seu devido lugar, para que sua esposa, a galinha não se desconfie de nada!

"Mesmo que este acabe, tenho esperança que outro surgirá. "

Oração de uma serva

sábado, 31 de outubro de 2009 - Postado por Luiza Drumond às 10:15

Escondida na misericórdia da luz
Entre a vida e morte, entre o pedido e desejo.
Hei de reconhecer a dor dos outros, e pegá-las para mim, sofrer a dor deles e deixar eles em paz.
Onde no céu eles viveram, pegaram na mão de Deus e rezaram o Pai Nosso.
Serão perdoados e o pecado será sugado, e restara à pureza de um olhar de uma criança recém-nascida.
Com a honra e louvor beijaram e lavaram os pés de Deus.
Serviu ele para toda a eternidade e assim seja amém.

Porta amarela

terça-feira, 27 de outubro de 2009 - Postado por Luiza Drumond às 09:36

É fácil.
Como 1+1 é dois
Pegue e não solte! Agarre como se fosse o fio para salvação de sua vida.
Viver e sobreviver, ficou escasso.
Então pegue lerdinho!
O tempo está acabando, de dois resta um, logo logo não terá 1.
Agora, como você faz na praia escolhendo as conchas, escolha uma porta.
Amarela, verde ou vermelha?
Vermelha?
Hein?
Hei?
Responda!
Acorde!
0,22
0,18
Hei 17 segundos.
Vermelha, muito bem, vejamos hm...
Você acaba de ganhar outro fio para salvar sua vida.
Mas cuidado ele é de má qualidade, quem mandou escolher a vermelha.
Amarela era a da vez, iria brilhar feito Julieta e Romeu.
Rodar e rodar no sol, até suas pernas cansarem e no dia seguinte gastar mais um fio dos 1000.

Pedido de uma doente

quinta-feira, 22 de outubro de 2009 - Postado por Luiza Drumond às 09:36

Estou doente, em estado terminal, com olheiras fundas e escuras.
Há cinco anos me trato dessa doença, mas acho que Deus está cortando o laço da vida e eu e está entrelaçando o da morte e eu.
É patético falar que Deus está entrelaçando este laço e é mais patético ainda ver que eu estou prevendo minha morte, realmente não estou ajudando comigo mesma.
Meu olho lacrimeja quando vou ao sol, acho que ele é sensível à luz. Estou tão branca que se eu “mergulhar” entre os lençóis brancos me perco e só me acho assim que abrir meus olhos e ver a morte.
Meu Desejo de ir embora fica cada vez mais em evidência, a dor também não ajuda.
Oh Deus, estou escrevendo em um pedaço de papel higiênico, mas eu só quero que meus pedaços morram pouco a pouco e assim restará só uma mera lembrança que um dia a luz do sol não me cegou e que sim, um dia me iluminou, sentirei falta.

Com todo meu coração,
dê cada pedaço de mim à quem me fez sorrir.
Adeus.

NÓ NÓ e NÓ

segunda-feira, 19 de outubro de 2009 - Postado por Luiza Drumond às 09:25

Braços entrelaçados nas pernas.
As bagunças confundem meu pensamento e me fazem esquecer o que dizer.
Dando um nó na minha garganta que me atormenta toda madrugada.
Que sempre que amanhece quase me afogo entre milhões e milhões de palavras.
Desmitificando cada verso da música cantada.
Meu sonho utópico faz que me sinta atordoada e com um mar dentro da minha garganta, é como se fosse um sufoco sem fim e o mais interessante sem razão alguma. Hoje está tudo cheio demais.
Na altura que anda minha vida perdi minha anti-socialidade e isso é mais um nó desfeito.

"Ter nascido me estragou a saúde" - Clarice L.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009 - Postado por Luiza Drumond às 15:41

Às vezes paro e penso:
O que é a vida? Como é crescer? E ser? Quem eu sou?
A vida é dura, crescer é difícil, se auto-definir é mais ainda.
Procuro, procuro e procuro respostas. É preciso levar um tapa da vida para acordar? Pra encontrar respostas? E mudar? É difícil?
Porque a vida do campo é mais fácil do que a na cidade grande? Hein? Responda! As pessoas vivem em uma corda bamba, logo caiem e levam um tapa da vida. É ridícula a forma como as pessoas vivem e pensam. Levadas pela onda da mesmice. Um mar de trouxas. Vão! Vão! Nadem contra a corrente, ainda há tempo suficiente, se equilibrem na corda e seguem em frente.
Não é lindo lá na frente? Cheio de lírios e borboletas! Olha o cheiro da lenha queimando. E o cavalo cavalgando? Que coisa mais linda, que vontade de me debruçar na janela e fofocar sobre as pessoas que passam na rua. Andar descalça aqui é um prazer. Ahh, ir ao rio e me molhar todinha, ui!
Vejo inocência nos olhos das pessoas. São tão puros e sem maldade alguma, é visível isso, basta olhar em cada face dessa vila que fica tudo em evidência. Acredite a vida é bela, o único problema é ter nascido me estragou a saúde.

Corda Bamba

Postado por Luiza Drumond às 12:49

Maria tinha um sonho atrás da porta vermelha.
Um sonho de corda bamba, circo e arco florido.

Queria ter uma parede de sonho, assim sempre que quiser poderia arrancá-lo com delicadeza e pega-lo p’ra mim.
Andaria na corda bamba com insegurança, não tenho a fé que nem Maria.
Não gostaria de ganhar uma velha para contar história, pessoa não se compra, ou compra?!
Nem gostaria de ter aula particular com uma mulher que sempre fica puxando a pelinha do canto da unha. E aonde ia colocar meu pé? O cachorro é folgado. A borracha caiu, o cachorro engoliu?
Hei de abrir todas as portas. Um dia esse minha curiosidade me mata, mas quem sabe não encontro minha felicidade? Minha parede de sonho? Quem sabe? Só Deus.
Vou guardar em cada porta aberta uma lembrança feliz, um quem sabe, posso escolher a mais feliz.
Guardarei para sempre meu sonho na corda bamba, um dia hei de me equilibrar com um arco florido ou até mesmo um guarda-chuva cheio de lírios.

"Lygia Bonjuga se aventura pelas veredas da imaginação infanto-juvenil e arma sobre o jovem e respeitável público a lona seu circo de surpresas e encantamento, apresentando-lhe esta CORDA BAMBA, através da qual Maria, filha de equilibristas, e ela mesma artista de circo, resolve viajar para dentro de si mesma. Viver na corda bamba- é como o imaginário popular define a existência de quem tem que enfrentar desafios diários para sobrevive. Assim caminha Maria em busca de seu próprio equilíbrio, abrindo as portas do passado e recompondo-se dos dramas que marcaram sua infância circense. "

Recomendo que leiam este livro: "Corda Bamba"- Lygia Bonjuga, livro infanto-juvenil. Ótimo e criativo. Feliz dia das crianças e dos vegetarianos.

Piano, Flauta e o R francês

segunda-feira, 5 de outubro de 2009 - Postado por Luiza Drumond às 10:10


O som do piano toca meus ouvidos me arrepiando dos pés a cabeça.
O R puxado do francês me canta e encanta.
Fecham-me os olhos e imagino-me nos palcos, cantando uma canção sobre lírios e bons amigos.
Caras e bocas, irei fazer. Vestirei algo Louis Vuitton.
O fino som do violino é para poucos, pros ouvidos afiados.
A flauta é doce com o mel que meu amor trouxe.
É meloso, dourados feito meus fios de cabelo. Prendidos com lírio e um laço de veludo.

Bruni: On me dit que le destin se moque bien de nous,
Qu'il ne nous donne rien, et qu'il nous promet tout,
Paraît que le bonheur est à portée de main,
Alors on tend la main et on se retrouve fou.

Feito Cinderela

domingo, 27 de setembro de 2009 - Postado por Luiza Drumond às 19:33

Escreva-me uma canção de amor.
Como nos velhos tempos,
vou te levar num submarino e vou cantar no seu ouvido.
Uma colher de chá e dois pra cá e dois pra lá.
Feito Cinderela irei largar meu sapatinho e seu fino vinho tinto.
Desapegar-me das coisas fúteis.
Apegar-me das coisas mais simples.
Como o sol beija o mar e a mãe ama o filho, irei fazer o mesmo.
Mesmo que pra isso eu tenha que tocar no seu mais profundo laço intimo.

Espaço empresário

sábado, 26 de setembro de 2009 - Postado por Luiza Drumond às 18:15

Peguem as malas e tirem as mágoas.
O dia lá fora está lindo, vamos meu amigo
Arranque logo essas mágoas, desse jeito seu dia irá passar em branco.
Coloque logo um sorriso nesse rosto, irá combinar com seu olho.
Para ser grande, coloque o peito a frente, erga seu rosto e diga:- Vamos em frente.
Tire esse paletó, coloque uma bermuda, está muito sério, está com cara de empresa, com cara de quem trabalhou o dia inteiro e não aprontou nem uma proeza.